Irmãos e irmãs: estamos a celebrar o 5.º domingo da Páscoa, neste 1.º domingo do mês de maio, que é também, em Portugal, o Dia da Mãe. Viemos até aqui, para nos aproximarmos de Cristo, a Pedra viva, rejeitada pelos homens, mas escolhida e preciosa aos olhos de Deus. Esta imagem da Pedra Angular, referida a Cristo, também nos recorda a figura de cada mãe, na construção do edifício familiar. Preparemo-nos para esta celebração, pedindo ao Senhor, que nenhuma pedra de tropeço se atravesse no nosso caminho e nos faça cair; pelo contrário, que nos tornemos também nós pedras vivas do Templo do Senhor.

A Páscoa continua, para que tenhamos vida e vida em abundância. Celebramos neste 4.º Domingo da Páscoa, Domingo do Bom Pastor, o Sexagésimo Dia Mundial de Oração pelas Vocações. A Oração pelas vocações não se reduz à oração pelas vocações sacerdotais ou religiosas, mas destina-se a despertar uma cultura vocacional, em que todos os cristãos se sintam chamados a escutar e a descobrir, a responder e a corresponder... a um projeto original de Deus, cada qual pelo seu caminho. Somos desafiados, este ano, a trocar o instante pelo Eterno, a discernir a voz do Pastor e de outras mil vozes e a segui-l’o, só a Ele, única Porta de entrada e de salvação, com saída para a Vida.

Este é terceiro domingo da Páscoa, como de Páscoa são todos os domingos. E Jesus Ressuscitado continua hoje a vir ao nosso encontro, no primeiro dia da semana – o domingo – para ser a nossa luz na escuridão, a nossa paz no meio dos medos, a nossa companhia em casa e à mesa. Ele oferece-Se-nos como o verdadeiro Pão e Caminho da Vida.

Oito dias depois, no primeiro dia da Semana, cá estamos de novo, reunidos em comunidade, no lugar da Ceia, onde Cristo, de pé, vivo e Ressuscitado, nos preside e nos precede no Seu amor. Neste domingo, que São João Paulo II, instituiu no ano 2000, como Domingo da Divina Misericórdia, queremos abraçar a presença de Cristo Ressuscitado, que derrama sobre nós o seu Espírito Santo e com ele os dons da fé e da alegria, do perdão, da misericórdia e da Paz. Este é também o Domingo in albis, em que os batizados na noite de Páscoa, se apresentam vestidos de branco diante da comunidade. Este é o tempo oportuno para redescobrirmos nós as riquezas do nosso Batismo.

Abraça o presente da Páscoa, é Cristo vivo. Agarrado a Ele, viverás”. De braços abertos, com as mãos e os pés, de coração aberto a presença de Cristo vivo e ressuscitado. Cristo nossa esperança está vivo e é a mais formosa juventude deste mundo. Deixemo-nos abraçar e tocar por Ele, pois tudo aquilo que Ele toca torna-se jovem, faz-se novo, enche-se de vida. Então as primeiras palavras que quero dirigir a ada um de vós, crianças, jovens, adultos, anciãos, são estas: Cristo vive e quer-te vivo. Isto só o poderemos dizer, com verdade, se os outros puderem ver em nós um Cristo vivo, que está em nós e permanece connosco, para nos dev0lver a força e a esperança.

Esta é a noite do ano! A noite de todos os acontecimentos, a noite das grandes intervenções de Deus na nossa história. Estamos em vigília, em expectação noturna, em oração, para dar início à celebração do terceiro dia do Tríduo Pascal, o dia da Ressurreição. Na mais solene das vigílias, vamos proclamar a Ressurreição de Jesus, o acontecimento por excelência das grandes maravilhas de Deus operadas em nosso favor. Quatro grandes liturgias darão corpo à nossa celebração: a Liturgia da Luz, a Liturgia da Palavra, a Liturgia Batismal, e, como coroamento, a Liturgia Eucarística! Porque é de noite, começamos por acender a Luz. A Luz é a primeira obra da Criação. O Presidente desta celebração irá proceder à bênção do fogo, com o qual acenderá o grande círio pascal. A partir desse círio iremos acender as nossas velas. E só depois entraremos na Igreja em procissão.

A Homilia, em sintonia, com a de Quinta-Feira Santa, em que se acentuava a ideia da Ceia e da Presença de Cristo, que continua a dar-se hoje por nós em cada Eucaristia, desenvolve agora a ideia de uma paixão que também continua hoje. As reflexões estão inspiradas na leitura do livro de Tomás Halík, A tarde do cristianismo, sobretudo nas páginas 110 a 122, 190, 196-197, 214-217. “… Também a fé tem de morrer para ressuscitar, tem de passar pelo madeiro da dúvida, pela aridez e pela desolação, tem de descer aos infernos da dor e do abandono, tem de suportar as trevas do silêncio, tem de atravessar a noite escura da Cruz e permanecer no silêncio do Sábado Santo, em que a alma é consumida pela ausência de Deus, em que a única luz que nos guia é o desejo de Deus”.

Abraça o presente da Páscoa: é Cristo vivo.Um presente sempre presente. Com este propósito, completámos juntos o caminho quaresmal e chegámos agora à meta: a nossa transformação pascal, pela ação misteriosa do mistério pascal de Cristo vivo em nós. Abraçar o presente da Páscoa é antes de mais acolher o convite a participar da Páscoa do Senhor, receber e a reconhece o dom inestimável da Sua presença na Eucaristia. O grande presente da Páscoa é Cristo vivo, na Eucaristia. Ele faz-se presente na assembleia unida e reunida em Seu Nome, na pessoa d’Aquele que preside, no dom da Palavra que Se proclama, e, de modo único, nos dons do Pão e do vinho consagrados. Com este desejo ardente de celebrar, com Cristo, a Sua Páscoa gloriosa, tomados de assombro por tal convite imerecido, damos início agora à celebração do Tríduo Pascal do Senhor Crucificado, Sepultado e Ressuscitado. E fazemo-lo nesta Missa Vespertina da Ceia do Senhor, que nos reporta àquela mesma noite, em que Jesus, desejando ardentemente comer a Páscoa com os discípulos, os reuniu para a Ceia Pascal. Pelo Sacramento da Eucaristia, nós tornamo-nos misteriosamente contemporâneos deste grande acontecimento da Páscoa do Senhor. Fixemos então o nosso olhar na Cruz do Senhor. E, de pé, cantemos.

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