Liturgia e Homilias no I Domingo do Advento C 2018
Destaque

O Presépio, lugar de encontro para todos! É, neste espírito, que iniciamos o Advento. É nesta perspetiva que preparamos agora, e celebraremos em breve, o Natal do Senhor como festa do encontro com Jesus, que inspira, mobiliza e motiva tantos encontros pessoais, familiares, eclesiais, sociais e culturais. Não queremos construir apenas o Presépio, em casa, na Igreja ou na rua, como adorno decorativo, mas queremos habitá-lo, como lugar de encontro: do encontro de Deus, que sai de Si para vir até nós e nos fazer sair ao encontro dos outros.

Homilia no I Domingo do Advento C 2018

“Tende cuidado: Não aconteça que os vossos corações se tornem pesados!”(Lc 21,34)

 

1. Quase me apetecia dizer: Tende cuidado: Não aconteça que o vosso Natal se torne pesado! Na verdade, toda a leveza do Natal pode tornar-se um peso insustentável. O sonho de um Natal feliz arrisca-se a tornar-se um pesadelo, se a intemperança do consumo, aembriaguez das ilusões e a obsessão pelas prendas destronarem do nosso coração as figuras do Presépio! As prateleiras cheias de coisas enchem-nos os olhos até acima, mas atravancam por completo o coração, sem espaços vazios onde o Presépio nos possa habitar. Outras vezes nem sabemos como acomodar ou contentar aqueles que vamos receber em nossa casa. As próprias melodias de Natal podem embriagar-nos na ilusão ou esquecimento dos problemas e angústias, abafando os gritos do coração. Por isso, há quem diga que este tempo, de muitas ceias, deslocações e visitas à terra e à família, é desgastante. Tende cuidado: que o Natal não se torne um peso pesado nos vossos corações!

2. Todavia, eu creio que os sonhos, as luzes, as prendas, as visitas, as ceias e as melodias de Natal mostram quanto a nossa alma se quer leve, em elevação para Deus (Sl 24/25,1), apesar do peso das preocupações que não nos ajuda a voar nessa direção. De algum modo, trazemos “o desejo daquilo que é leve, no coração que pesa” (Antonia Pozzi). E, por isso, importa, neste Advento, que retornemos à leveza do Natal, à sua simplicidade e sobriedade, sem nos deixarmos enredar na teia dos nossos afazeres, para que o Presépio se torne um lugar de encontro para todos!

3. São só 3 semanas e um dia, para preparar o Natal do Senhor. Deixo-vos três sugestões, muito simples, para nos ajudar a perder “o peso” do Natal.

3.1.Constrói em família o teu Presépio e faz dele um lugar de encontro. Encontremos tempo para construir e habitar o Presépio, para nos deixarmos acarinhar, acariciar, comover e converter pela simplicidade e mansidão de todas as suas figuras. Perguntemo-nos seriamente: quanto tempo paramos diante do Presépio? Por ali fica o Presépio, alocado em algum canto da casa, mas sem encanto ou recanto no coração, como algo meramente decorativo, uma espécie de pano de fundo da cena virtual do Natal. Que é feito então do teu Presépio, como lugar de encontro? Do encontro entre ti e o Senhor, em oração; do encontro com o mistério do Natal do Senhor, que vem ao teu encontro; do encontro com as pessoas lá de casa, em família, à volta de Jesus, o Rei da Festa. Façamos do Presépio um lugar de encontro para todos! Esta semana, não deixemos de “vigiar e orar”, em família, diante ou dentro do Presépio.

3.2.Dispõe-te a ouvires contar a história de um Natal, na vida de uma pessoa. Tenhamos uma conversa demorada com alguém, a quem não é costume darmos especial atenção, dentro ou fora de nossa casa. Deixemos a pessoa contar a sua história e as histórias dos seus Natais e até dos Natais que já não vive. Podem não ser “contos exemplares” os que vamos ouvir. Mas veremos que “mesmo quando a vida de alguém tiver sido um desastre, mesmo que o vejamos destruído pelos vícios ou dependências, Deus está presente na sua vida” (GE 42).

3.3.Realiza um gesto de presença, visita, proximidade e encontro com uma determinada pessoa, que precise da tua companhia. Podíamos talvez pensar em alguém esquecido a quem visitar, prestar uma ajuda, dar um contributo para algum bem essencial; fazemos isto aderindo às campanhas de Natal e está bem, porque desse modo ficamos no anonimato, mas também é preciso personalizar, é preciso escolher um rosto e decidir: “O meu rosto de Jesus, neste Natal, é aquela pessoa; o meu rosto do Menino no Presépio vai ser aquele homem, aquela mulher, aquela criança, aquele adulto, aquele idoso”… Vai ser esse, e não outro, não muitos outros… Senão nunca chegaremos ao rosto pessoal e concreto de alguém!

Pratiquemos estes três exercícios, para tornar mais leve o Natal e fazer do Presépio um lugar de encontro para todos!

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