Liturgia e Homilias no XXIV Domingo Comum B 2018
Destaque

A fé professada em Cristo é também fé vivida, na prática do amor. Se, com os lábios e o coração, professamos a Cristo, como Senhor e Messias, também, pela fé, O reconhecemos no rosto dos irmãos. Por isso, no início de um novo ano escolar, laboral e pastoral, a Palavra de Deus vem recordar-nos que “a fé sem obras está completamente morta” (Tg 2,17). Deixemo-nos hoje interpelar pela Palavra de Deus, de modo a respondermos e a correspondermos à fé que professamos, como verdadeiros discípulos missionários de Cristo.

Homilia no XXIV Domingo Comum B 2018

1. Abrem-se, de novo, por estes dias, as nossas escolas, recomeçam os nossos trabalhos, programam-se as nossas atividades pastorais. Acabou-se o tempo da pausa maior, retomamos agora as pedras do Caminho para entrarmos, com Jesus e como Ele, na escola da Cruz, do serviço, da doação abnegada até ao fim. Não basta dizê-l’O, de cor e salteado, e da boca para fora, que é o Messias. É preciso decidir-se por Ele, colocar-se atrás d’Ele, sem voltar atrás, aprender d’Ele as coisas de Deus, identificar-se com Ele, de modo concreto, abraçando a cruz, todos os dias, sem recuar um passo, diante das dificuldades. Na verdade, o discípulo é um aprendiz permanente deste Mestre, que nos ensina demoradamente, que nos fala abertamente. E, deste modo, Jesus não nos ilude. O discípulo de Jesus não é aluno de uma escola onde se passa de ano com uma simples prova oral e triunfal. Não. A prova decisiva do discípulo é a Cruz, pela qual alcança a vida verdadeira, na medida em que a dá aos outros. O teste decisivo da fé são as obras, o compromisso, a missão. Ouvimo-lo muito bem na 2.ª leitura: “A fé sem obras está completamente morta” (Tg 2,17).

2.Mal chegados de férias, eis que somos todos convocados para a missão: Todos discípulos missionários. A paróquia pede servidores no anúncio da Palavra, na celebração da Liturgia, e na prática da Caridade organizada, ou em coisas tão simples como: manter limpas, abertas e acolhedoras as igrejas, rezar com as famílias, participar no velório, representar a comunidade no seu bairro, na sua rua ou no seu lugar, cuidar dos arranjos florais, do acolhimento ou da guarda das crianças nas reuniões e celebrações.

3. Muitas vezes o apelo é feito aos quatro ventos, facilitando a esquiva. Outras vezes a pergunta é-nos colocada diretamente: «Aceita assumir tal responsabilidade?». Na verdade, não posso ser cristão sem me comprometer, não posso ser discípulo sem ser missionário! Não é possível isolar-se e dobrar-se egoisticamente sobre si, acreditando que a paróquia, a escola, a associação... são assuntos e problema dos outros. O cristão não é um simples recetor, um aproveitador, um consumidor passivo, uma ovelha de engorda, mas torna-se cristão ativo, discípulo missionário, agente pastoral, na medida em que se compromete com o testemunho de vida e o serviço aos irmãos. Estaremos nós convencidos de que fazemos parte de uma comunidade e que ela conta connosco? Temos consciência de que uma paróquia não se desenvolve unicamente à custa do padre, nem uma escola cumpre a sua missão apenas com os seus professores e a sua direção?!

4. Durante esta semana, pensemos na nossa disponibilidade para o serviço da Igreja e do Reino de Deus, no nosso mundo real e concreto, sem pôr em causa os deveres primeiros e cimeiros no âmbito da família e da profissão. Peçamos conselho ao marido, à esposa, a pessoas que já asseguram determinado serviço e façamos um exercício de diálogo e discernimento com o nosso pároco. É também por eles que Deus poderá fazer passar o Seu chamamento. Pensemos então no tempo que podemos dispor, por curto que seja, para servir e, deste modo, progredir na vida espiritual, sem cair na tentação de uma vida agitada em mil compromissos. Que a falsa modéstia não nos impeça de servir e de aprender e crescer na fé, pois é ao transmitir a fé que ela cresce e frutifica!

5. Depois de todas as consultas, entreguemo-nos totalmente a Deus e à Sua vontade, com esta certeza: se a escolha que estou prestes a fazer me dá paz e alegria, é bom sinal, devo ir adiante! Que o Senhor nos dê a todos a graça de nos comprometermos, sem medo, sem temor e sem falsa humildade e com enorme alegria. Não há outra alternativa, neste ano missionário: ou missão ou demissão! Lembrai-vos: “Sem obras, a fé está completamente morta” (Tg 2,17)!

 

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