Liturgia e Homilias na Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria 2023
Destaque

Celebramos hoje a Assunção de Nossa Senhora, a Páscoa de Maria. Maria, sempre unida ao seu Filho, na vida e até à morte, uma vez concluído o percurso da sua vida terrena, é a primeira criatura associada à glória da ressurreição do Seu Filho. Celebremos esta Solenidade, deixando-nos mover pela boa pressa de Maria, que não nos abandona no nosso caminho. Ela é a Mãe solícita, Mãe apressada, que nos acompanha sempre, que corre ao nosso encontro para nos conduzir ao encontro de Seu Filho. Ainda com as imagens e mensagens da JMJ, a fazer caminho dentro de nós, façamos do nosso coração um santuário de Cristo vivo.

 

Homilia na Assunção da Virgem Santa Maria 2023

Maria levantou-se e partiu apressadamente (Lc 1,39).

Este foi – como todos sabem – o tema inspirador e galvanizador da recente Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa (JMJ. Vale a pena determo-nos, uma vez mais, no Evangelho de hoje. Destacaríamos três movimentos marianos:

1.º Maria pôs-se a caminho.  Um caminho difícil e sem os meios de transporte de que hoje dispomos. Foi belo ver, por estes dias, cerca de um milhão e meio de jovens sair de casa, alguns de muito longe, alguns pela primeira vez, alguns com muito a custo e com muitos custos. Puseram-se a caminho, para um encontro face-a-face, para um encontro real e pessoal com Cristo vivo, na Sua Igreja, para um encontro com os outros, com todos. A JMJ – disse o Papa – marca o início de uma grande peregrinação dos jovens pelo mundo. Mas esta atitude de Maria, a Virgem peregrina, diz-nos a todos como é importante levantar-se, sair de casa, pôr-se a caminho, sair de si mesmo, voltar-se na direção do encontro com os outros e do serviço aos outros. Já não nos basta encontrarmo-nos através dos écrans do telemóvel, das redes sociais ou de outros recursos das novas tecnologias. Precisamos de sair desse mundo virtual, para experimentarmos a alegria do encontro pessoal, a alegria de estarmos juntos, de corpo e alma. A virtualidade mantém-nos sentados. A realidade consistente da vida põe-nos a caminho, ao encontro dos outros e do mundo, tanto para o admirar como para o servir. 

2.º Maria dirigiu-se apressadamente para a montanha. Maria realiza um gesto não solicitado e sem ser obrigada. Maria vai porque ama e «quem ama voa, corre feliz» (cf. A Imitação de Cristo, III, 5). Isto é o que o amor nos faz. Maria saiu correndo, movida pelo amor, levada pelo desejo de ajudar, de estar presente. Curiosamente, o Papa não deixou de esclarecer o sentido deste “apressadamente”, quando fez este reparo: “apressadamente, mas não ansiosamente”. Na verdade, a ânsia é do que ainda não temos e pretendemos inquietos. A pressa é diferente: é partilhar o que já nos leva e onde nos leva o coração. Por isso é uma urgência serena e sem atropelo. Falando aos 25 mil voluntários, o Papa exemplificou com o testemunho destes: “Vós correstes muito, mas não uma corrida frenética e sem objetivo, que o nosso mundo, por vezes, exige. Não. Correstes de uma forma diferente, fizestes uma corrida que leva ao encontro com os outros, para servir os outros em nome de Jesus”! Também nisto Maria nos serve de exemplo: correr, não para resolver as minhas coisinhas, mas para servir os outros. Em Fátima, o Papa aprofundou a beleza desta imagem de Maria, quando lhe deu o título de «Nossa Senhora apressada»! Então, que a nossa pressa ansiosa dê lugar à pressa de Maria, a pressa do amor solícito, a pressa do anúncio feliz, a pressa da salvação oferecida.

3.º A minha alma glorifica o Senhor. Da saudação e do encontro entre Maria e Isabel, resulta uma dança no ventre de Isabel (cf. Lc 1,34) e uma explosão de alegria, que a Virgem Maria exprime no seu Magnificat (Lc 1,46-55). Em vez de pensar em Si mesma, Maria pensa em Isabel. Porquê? Porque a alegria é missionária, a alegria não é para ficar numa pessoa, mas para levar a alguém. Perguntava o Papa aos jovens: “Vós, que estais aqui, que viestes para vos encontrar, para encontrar a mensagem de Cristo, encontrar o sentido belo da vida… ides guardá-lo para vós ou levá-lo-eis aos outros? Que pensais fazer? É para o levar aos outros, porque a alegria é missionária”. Que a festa da JMJ frutifique numa alegria verdadeiramente efusiva, difusiva, missionária.

Irmãos e irmãs: Maria correu e percorreu o seu caminho, seguindo Jesus, acompanhando-O e apontando sempre para Ele. Unida agora a Seu Filho, glorificada pela Sua Ressurreição, Maria não nos abandona no nosso caminho. Ela é a Mãe solícita, que nos acompanha sempre. Ela diz-nos continuamente: «Fazei o que o Meu Filho vos disser» (Jo 2, 5). Mas também diz ao Filho: «Faz o que estes Te estão a pedir». Que Maria, nossa Mãe, nos abençoe a todos, – a “todos, todos, todos” – porque uma Mãe não exclui nenhum dos seus filhos. Ámen.

 

 

 

 

 

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