O dia é especial a vários títulos.  A quinta-feira da ascensão, dia da Festa em honra de Nossa Senhora, coincide este ano com o 13 de maio, data da primeira aparição de Nossa Senhora em Fátima. Temos ainda duas marcas que balizam esta celebração: a do Ano de São José e a do Ano Família Amoris laetitia. O Ano de São José teve início a 8 de dezembro e assinala os 150 anos da Declaração deste «santo de ao pé da porta» como Patrono da Igreja. O Ano Família Amoris laetitia, que vivemos desde 19 de março último até 26 de junho de 2022, assinala os cinco anos da publicação da Exortação Apostólica do Papa Francisco, com esse nome, sobre a Alegria do Amor na Família. Mas também é muito especial o contexto desta celebração eucarística, sem a solenidade habitual por causa da pandemia. Esta hora da nossa história traz-nos uma esperança e um programa: o de ressurgirmos desta pandemia, com a atenção concreta de Maria aos gemidos do nosso povo e com a coragem criativa de São José. Com o olhar posto em Jesus, como o de Maria e de José, preparemos os nossos corações para a escuta da Palavra, para fazermos memória viva da entrega do Senhor por nós.

O mandamento novo do amor está no coração da Liturgia da Palavra deste domingo. Precisamos de aprender a conjugar, de muitos modos, o verbo amar. Na voz passiva, deixemo-nos amar por um Deus cujo amor é anterior e é maior que o nosso coração. Na voz ativa, respondamos ao amor com que Deus nos ama amando-nos uns aos outros. O amor, mais do que um sentimento, é uma vontade. Mais do que uma palavra, é um imperativo. O modo incondicional e o modelo insuperável deste amor, que dá a vida por todos, é Cristo: Ele aposta a vida toda por todos nós, sem exclusões, sem aceção de pessoas. Deixemos que o seu amor nos converta ao amor dos irmãos.

Que belos são estes dias da Páscoa, que agora se desconfina, da Páscoa florida, neste maio do coração, neste mês de Maria. E o mês começa | começou com a figura de São José, Operário, a que sucede amanhã | hoje o Dia da Mãe. Maria, a Mãe, e José, Operário, unidos a Jesus, centrados e concentrados n’Ele, ensinam-nos o trabalho do amor e o amor no trabalho, como segredo para dar um fruto que permaneça. Caros irmãos e irmãs: peçamos a São José e à Virgem Maria que nos ensinem a centrar em Cristo a nossa vida, a vivermos a nossa fé nos gestos do amor concreto de cada dia e a reservarmos mais espaço ao Senhor, a quem servimos e adoramos na nossa vida. Vivamo-lo, desde já.

Ressuscitou o Bom Pastor que deu a vida por nós! Desta Vida dada pelo Bom Pastor, brotam tantas vidas, hoje oferecidas pela vida dos irmãos. Na Páscoa do Senhor, descobrimos o segredo do amor e da vida: cada um só tem a vida que dá; só possuímos, de verdade, aquela vida que doamos plenamente. Neste IV Domingo da Páscoa rezamos, pedimos e agradecemos todas as vocações, todas as respostas de amor ao amor de Deus por nós. A este propósito, muito nos tem a dizer São José, que fez da sua existência um dom. Neste Dia Mundial de Oração pelas Vocações, a vida de São José, cujo ano celebramos, sugere-nos três palavras-chave para a vocação de cada um: sonho, serviço efidelidade.

Voltamos a casa, reunidos em Igreja, para o encontro com Cristo, à volta da mesa da Palavra e da Eucaristia. Jesus coloca-Se no nosso meio. “Ele está presente no meio de nós quando nos reunimos no seu amor e, como outrora aos discípulos de Emaús, Ele nos explica o sentido da Escritura e nos reparte o pão da vida” (Oração Eucarística V). Nós abeiramo-nos do Senhor, “espantados e cheios de medo” (Lc 24,37), por causa dos nossos pecados. Mas estamos cheios de confiança, pois “se alguém pecar, nós temos Jesus Cristo, o Justo, como advogado junto do Pai” (1 Jo 2,1).

Este é o Domingo da Oitava da Páscoa, o primeiro dia da semana, o dia do encontro do Ressuscitado com a Sua Igreja reunida, como outrora no Cenáculo, na sala da Última Ceia. Este é, em algumas Igrejas, o domingo em que os novos batizados se apresentam com a sua veste branca, para agradecer as riquezas do Batismo com que foram purificados, da unção espiritual do Crisma com que foram ungidos e do Corpo e Sangue da Eucaristia com que foram redimidos. Este é, desde o ano 2000, o Domingo da Divina Misericórdia, que nos recorda o dom do perdão dos pecados, que brota do lado aberto de Cristo Morto e Ressuscitado. 

Irmãos e irmãs: Hoje é Domingo de Páscoa. E a Páscoa não engana. Mesmo sem os sinais habituais de festa (visita pascal tradicional, foguetes, visita às famílias), a Páscoa está aí com toda a sua força, em tantos sinais vitais de vitória sobre o egoísmo, sobre o mal e sobre a morte. Privados de manifestações externas de festa, celebremos a Páscoa com aquilo que é o mais íntimo e o essencial na celebração da Ressurreição de Cristo. Convidemos e celebremos a Páscoa de Cristo vivo, para que Ele transforme a nossa vida pelo poder com que venceu o pecado, o medo e a morte. Inundados pela beleza deste dia, celebremos juntos, na arca da aliança, a Páscoa gloriosa do Senhor.

Esta é a noite do ano, a noite de todos os acontecimentos, a noite das grandes intervenções de Deus na nossa história! Estamos em vigília, em expectação noturna, para dar início à celebração do terceiro dia do Tríduo Pascal, o dia da Ressurreição. Na mais solene das vigílias, vamos proclamar a Ressurreição de Jesus, o acontecimento por excelência das grandes maravilhas de Deus operadas em nosso favor, a realização plena, em Jesus, da Páscoa da nova aliança. Quatro grandes liturgias darão corpo à nossa celebração: a Liturgia da Luz, a Liturgia da Palavra, este ano mais breve, a Liturgia Batismal, este ano mais simplificada, e, como coroamento, a Liturgia Eucarística!

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