Liturgia e Homilias no Domingo de Páscoa B 2024
Destaque

Este é o dia que Senhor fez: exultemos e cantemos de alegria” (Sl 118 [117], 24). Celebramos hoje a alegria da Páscoa e a Páscoa da nossa alegria! Porque não pode haver alegria maior do que esta: Jesus de Nazaré, o Crucificado, ressuscitou! O sepulcro está aberto. O amor venceu a morte. A vida triunfou. Esta é a alegria pascal que tomou conta das mulheres, naquela primeira manhã de Páscoa e as fez correr, em visita pascal, para levar aos discípulos a inaudita notícia. Celebremos com alegria a Páscoa e a Páscoa da nossa alegria, tal como os Apóstolos, cheios de alegria, na tarde de Páscoa, quando o Senhor Jesus ressuscitado os visitou no Cenáculo. Esta é a alegria pascal, em que Jesus não nos esconde as chagas que lhe trespassaram o corpo e a alma. Mostra-as, para nos indicar que, na Páscoa, se pode abrir uma nova passagem: fazer das próprias feridas fendas de esperança, fazer das feridas canais de misericórdia, fazer das feridas furos de luz.

Homilia no Domingo de Páscoa B 2024

Forma mais longa *

1.Viemos com alegriae conhecemos, nas asperezas do caminho, a dureza e a beleza da subida a Jerusalém. Ao longo do caminho, espreitamos o segredo da alegria pascal, pela fenda estreita das Chagas do Senhor. Hoje exultamos e cantamos todos de alegria, num eterno Aleluia, porque o Senhor ressuscitou verdadeiramente! O amor foi mais forte do que a morte. A vida triunfou. A tristeza mortal converteu-se em alegria pascal. Pela Sua Ressurreição, Jesus não regressa simplesmente à vida de antigamente. Ele é a própria Vida, na Sua plenitude. Ele está vivo e vive para sempre. Ele faz-nos viver em «cheio» e eternamente. Ele é o Eterno vivente, fonte da nossa alegria para sempre!

 

2.Chegados à meta, que é a Páscoa, encontramo-nos no cume de um novo ponto de partida. Diante do caminho pascal, que se abre agora diante de nós, perguntemo-nos: Com que alegria caminharemos? Que faremos das chagas expostas na Cruz? Qual é agora a meta do nosso caminho pascal?

2.1.Com que alegria caminharemos doravante?Com a alegria maior, a alegria daquelas mulheres, em alvoroço, na manhã de Páscoa, ao ver a pedra removida, ao ver o sepulcro aberto e ao escutar a notícia mais que surpreendente da manhã de Páscoa: «Ressuscitou, não está aqui». Elas partiram logo cheias de temor e alegria e a toda a pressa, para levar aos discípulos a inaudita notícia. Sem medo, sem táticas nem oportunismos; só com o desejo de levar a todos a alegria da Páscoa. Nós que fazemos a experiência da alegria, que brota do encontro transformador com Cristo Ressuscitado, não fiquemos a lamber as feridas junto do sepulcro, mas dêmos lugar a Cristo Vivo. Levemo-l’O para a vida de todos os dias: com gestos de paz neste tempo marcado pelos horrores da guerra; com obras de reconciliação nas relações rompidas, com a ternura da compaixão para com os necessitados; com ações de justiça, no meio das desigualdades. E, sobretudo, com obras de amor e de fraternidade, que curam as feridas deste mundo tão ensombrado e fechado!

2.2. Que faremos nós das chagas expostas na cruz? Iremos retirá-las? Não. No círio pascal, com o qual acendemos a luz nova da Páscoa, sinalizamos, sob a forma de uma cruz, as cinco chagas do Senhor Ressuscitado, dizendo: “Pelas suas santas e gloriosas chagas nos proteja e guarde o Senhor”. Sim. Nós continuamos a anunciar a Páscoa com a imagem de um Cristo Crucificado. O Corpo glorioso de Cristo Ressuscitado mantém as suas chagas, porque Jesus não se descarta da nossa história de dor e de amor. Ressuscitado, Jesus leva consigo e mostra ao Pai as feridas da Sua e da nossa humanidade. As suas chagas são uma marca, um timbre indelével do seu Amor por nós. Ainda hoje, somos curados pelas chagas de Cristo Crucificado e Ressuscitado (cf. 1 Pe 2, 24): quem sofre uma provação dura, no corpo e no espírito, encontrará sempre um refúgio nestas santas e gloriosas chagas do Senhor, que se tornam então para nós verdadeiras frestas de esperança!

2.3.Qual é agora a meta do nosso caminho pascal?Já não é apenas Jerusalém, a comunidade, a Igreja, aonde sempre devemos voltar, para que o Senhor Se manifeste no meio de nós. É também e sobretudo a Galileia, onde tudo começou e de onde os discípulos hão de recomeçar e partir de novo. Não para voltar atrás, nem ao antigamente, mas para levar a luz da Páscoa a todos e até aos confins da terra. Tenhamos então a coragem de sair do medo e do escondimento para a missão; libertemo-nos do apego ao passado, do medo do presente e caminhemos rumo ao futuro; façamos das nossas derrotas inspiração de novas rotas de vida; aprendamos a percorrer caminhos novos e vamos lá, ali precisamente aonde ninguém quer ir, aos excluídos, aos mal-amados, aos afastados. Vamos lá, aonde é mais difícil ir. E vamos para essa Galileia dos pagãos, sabendo que ali mesmo encontraremos o Senhor, porque Ele vai à nossa frente, porque Ele nos precede, não só na cruz do sofrimento, da desolação e da morte, mas também na glória de uma vida que ressurge, de uma história que muda, de uma esperança que renasce. E há tantas e tão belas.

3. Irmãos e irmãs: Vamos com alegria. Desçamos à Galileia. Vamos em contínua visita pascal, até à Galileia, isto é, até às periferias, até às zonas mais escuras e frias da nossa Paróquia e dos nossos ambientes quotidianos. Como é bela uma Igreja que corre assim pelas estradas do mundo! Levemos a todos a luz, o calor, o fogo, a água viva, o pão da esperança, o sangue novo, a alegria da vida nova. Cheguem a toda a parte as graças que brotam, das chagas do Redentor, como fontes de alegria e de salvação. Anunciemos com alegria, anunciemos a todos com uma vida nova, a grande notícia (desta noite) e deste dia de Páscoa: Ressuscitou o Senhor. Aleluia. Aleluia.

 

Para a forma mais breve, consultar Guião da celebração da Vigília Pascal.

 

 

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