Liturgia e Homilias no V Domingo Comum B 2024
Destaque

No diário de Jesus, feito por São Marcos, Jesus tem tempo para rezar, para pregar, para curar. Tempo para Deus e tempo para os irmãos. E são muitas as curas que Jesus faz. Impressiona-nos o tempo que Jesus dedica às pessoas doentes. Reunidos hoje à volta de Jesus, é a nós que Ele quer pregar, é a nós que Jesus quer curar. É connosco que Ele quer rezar. Conscientes dos nossos males e das nossas misérias, voltemo-nos para Ele e deixemo-nos curar pela Sua misericórdia.

Homilia no V Domingo Comum B 2024 | 1.ª opção

“Ai de mim, se não evangelizar” (1 Cor 9,16), dizia Paulo, como se toda a sua vida se desmoronasse, se um dia viesse a arrefecer nele este ardor, esta paixão pelo Evangelho, pela Pessoa de Jesus Cristo! Paulo faz-se e desfaz-se, dobra-se e desdobra-se, para que a alegria do Evangelho chegue a todos e a cada um. À luz desta paixão de Paulo, e com os olhos postos em Jesus, perguntemo-nos: onde, como, a quem anunciar hoje o Evangelho?

1. Onde anunciar o Evangelho?O anúncio pode começar por este lugar onde vimos habitualmente rezar e celebrar a fé, em cada sábado ou domingo. Mas não pode acabar aqui! O anúncio do Evangelho não pode ficar confinado às salas da Catequese. O anúncio do Evangelho encontra o seu lugar mais apropriado no caminho da vida. Deve expandir-se do adro para fora! O encontro com o Pai, faz-nos sempre sair ao encontro dos irmãos, deve chegar à casa das pessoas, há-de fazer-se sobretudo no caminho, nas encruzilhadas da vida! Aos discípulos que O procuravam para o reconduzir à cidade, Jesus respondeu: «Vamos às aldeias vizinhas, para que eu ali também pregue» (Mc 1,38). “E foi pregando por toda a Galileia” (Mc 1,39). Foi este o caminho do Filho de Deus e será este o nosso caminho! O caminho é o lugar onde encontramos as pessoas, no autocarro, no metro, nas compras, no café, à espera de uma consulta. É aí, onde as pessoas se cruzam connosco, que as escutamos; com elas podemos escutar, acolher, propor, acompanhar. Cada um leve, pois, o Evangelho de Jesus às pessoas com quem se encontra no seu dia-a-dia, na rua, na praça, no trabalho, numa paragem de autocarro, numa estação de metro, no caminho (cf. EG 127). Em diálogo, saibamos ouvir as preocupações, ajudemos as pessoas a ler o Evangelho, que já está inscrito nas suas vidas. Ajudemo-las com o nosso testemunho, acompanhemo-las nas suas dúvidas e lutas, nas suas alegrias e sofrimentos!  É no caminho da vida, que Cristo Se faz nosso Caminho.

2.Como anunciar?Não o faremos, em primeiro lugar, com fórmulas estranhas de um catecismo pesado. Jesus anuncia o Evangelho com gestos de misericórdia. Em muitas circunstâncias, a primeira forma de falar de Deus é deixar Deus falar. Vede como Jesus o faz, no amor com que Se aproxima, Se inclina, toca, cura e reabilita cada um. Diria que o primeiro anúncio é sempre um gesto que fala e cala ao coração. Hoje, encontramos, no caminho, esta multidão de pessoas, que sofrem o stress, a solidão, o cansaço, o luto, a desilusão, as doenças incuráveis. Estejamos particularmente atentos aos doentes e sós! Tantas vezes o sofrimento é fonte de perguntas. Jesus mostra-nos como se responde: não com uma explicação, mas com uma presença de amor que se inclina, que toma pela mão e levanta (cf. Mc 1, 31)!

3. A quem anunciar?Anunciemos a todos, todos, todos. Devemos dar tudo por tudo, para chegar a todos, começando obviamente por cada u-, pessoa-a-pessoa! Mas sem esperar conquistar a todos e a qualquer preço. A evangelização deve ser popular, mas não populista, iludindo e prometendo tudo a todos, como quem vende banha da cobra, como quem faz campanha para vender um produto ou comprar um voto. Jesus foge a sete pés deste triunfalismo enganador, deste populismo fácil. Ele retira-se para rezar, de manhã muito cedo, ainda escuro (Mc 1,35). Na Sua oração, encontra as forças para cumprir o seu ministério. Quando lhe dizem “todos Te procuram”, “isto está ganho”, Jesus desafia a ir para territórios mais áridos.

Irmãos e irmãs:  ai de nós se nos instalarmos nos lugares cómodos e fechados, de sucesso garantido. Ousemos ir mais longe, àqueles(as) a quem é mais difícil anunciar o Evangelho. E façamo-lo com esta confiança: Jesus já está oculto naquele(a) a quem O queremos anunciar. Só é preciso destapá-l’O, descobri-l’O e mostrá-l’O vivo e presente em cada pessoa e no meio de nós! Vamos a isso?!

Homilia no V Domingo Comum B 2024 – 2.ª opção – Missas com Catequese

Como seria um dia na vida de Jesus? São Marcos oferece-nos uma espécie de diário. Para conhecer um dia típico de Jesus, acompanhemos, de perto, os passos do Mestre, nesta famosa «Jornada de Cafarnaum» (Mc 1,21-34)!

1. De manhã, na sinagoga. A um sábado, Jesus vai à sinagoga. Entra na sua «igreja paroquial», para aí ouvir a Leitura da Lei, rezar os salmos, meditar a Palavra de Deus. Para Jesus, o tempo ou o templo de Deus é sempre prioritário. O encontro com o Pai abre, enche e preenche, fecha e plenifica todo o seu dia. A oração na sinagoga torna-se, sem dúvida, a sua grande escola de oração pessoal!

2.À tarde, em casa, em família: Da Oração comunitária, Jesus colhe força e alento, para acolher a todos os que encontra ao longo do seu dia! Ele sai da «Casa de Deus» e entra na «casa dos homens». Logo que “lhe falaram da sogra de Simão, que estava de cama, com febre, Jesus aproximou-se, tomou-a pela mão e levantou-a” (Mc 1,31). Nada do outro mundo. Mas «a febre deixou-a e ela começou a servi-los» (Mc 1,31). A oração não impede a ação; dá-lhe força,dá-lhe o gás do Espírito.

3.Depois do sol posto, à porta, do lado de fora. O dia terminava com o pôr do sol e, por isso, muitos depois do sol posto, já se sentiam livres das restrições sanitárias do repouso de sábado, para poderem sair ao encontro de Jesus. E a todos Jesus acolhe, cura, liberta, para os tornar mais capazes de amar e servir! Na verdade, a capacidade de servir é um sinal de saúde, física e espiritual.

4.De manhazinha, ainda escuro, Jesus retira-se, para um lugar solitário, e de novo, para rezar. Da oração em comunidade e do trabalho do amor, Jesus colhe o essencial para uma oração mais pessoal, íntima e coloquial com o Pai. Jesus está em oração, mesmo quando todos O procuram!

5.Na vida de Jesus, «a oração é a chave da manhã e o ferrolho da noite» (M. Gandi). Este é o segredo, por que Jesus se aguenta de pé, no meio de tanta atividade; esta é a razão pela qual Jesus sabe distinguir o urgente do essencial: Jesus reza. Em comunidade e a sós. De manhazinha e à noite, todo o dia e sem cessar. Jesus aguenta-se de pé, pondo-se de joelhos. A Oração, desde manhã muito cedo (Mc 1,35), até ao deitar, com o sono, fá-lo viver na órbita do Pai, que trabalha sempre (Jo 5,17)e por meio d’Ele. Em Jesus, a verdadeira oração, torna-se também ação, “fadiga do amor” (1 Ts.1,3).

6.Nunca é de mais reafirmarmos a importância da oração! Sem oração, não há resposta ao amor do Pai; sem oração não há amizade pessoal com Cristo; sem oração não há respiração do Espírito Santo em nós; numa palavra, sem oração não há vida cristã; tornamo-nos, na prática, ateus. Habituemo-nos a rezar, por pouco que seja, com uma saudação, com um «olá» a Nosso Senhor, com um sinal da Cruz bem feito, com um pedido de ajuda, com um obrigado por alguma coisa, com um refrão decorado, com um pensamento bom na mente, com um silêncio habitado por Deus no coração… Rezemos, ao levantar, em viagem, ao deitar.

7.No contexto da preparação para o jubileu do ano 2025, o Papa Francisco desafiou-nos a viver 2024, como Ano da Oração. Não para multiplicar iniciativas, mas«para redescobrir o valor da oração, a necessidade da oração quotidiana na vida cristã, o modo como rezar e, sobretudo, como educar para rezar hoje, na era da cultura digital, para que a oração seja eficaz e fecunda» (Dom Rino Fisichella). Quanto mais tivermos que fazer, mais deveremos rezar: rezemos, de manhazinha, para encontrar uma atitude e um caminho, para o dia todo; rezemos à noite, para eliminar todos os resíduos do dia e encontrarmos a paz.

Se queremos mesmo aprender a rezar melhor, a primeira coisa a fazermos é rezarmos um pouco mais. Vamos a isso?!

Top

A Paróquia Senhora da Hora utiliza cookies para lhe garantir a melhor experiência enquanto utilizador. Ao continuar a navegar no site, concorda com a utilização destes cookies. Para saber mais sobre os cookies que usamos e como apagá-los, veja a nossa Política de Privacidade Política de Cookies.

  Eu aceito o uso de cookies deste website.
EU Cookie Directive plugin by www.channeldigital.co.uk