Liturgia e Homilias no XXXIV Domingo Comum A 2023 | Solenidade de Cristo Rei e Senhor do Universo
Destaque

Há oito dias celebrávamos o Dia Mundial dos Pobres. O domingo anterior pretendia ser uma preparação para esta celebração de Cristo, Rei e Senhor do Universo, cuja coroa de poder é o serviço, deste Rei que se identifica e se revê nos mais pequeninos e pobres. Neste último domingo do ano litúrgico, Jesus faz-nos compreender que o balanço final da mossa vida será feito pela balança do amor. A parábola do juízo final, que vamos escutar, dá-nos já as perguntas do exame final, o protocolo de entrada no Reino, com a certeza de que o amor aos pobres é o nosso passaporte para o Céu. Deixemo-nos, desde já, mover pelo amor de Deus, para que a Sua misericórdia nos converta em irmãos, próximos e cuidadores uns dos outros.

Homilia na Solenidade de Cristo Rei A 2023

1.Voltemos às duas faces da mesma moeda: Deus e a pessoa humana; o amor a Deus e o amor ao próximo; o amor do pai e o amor da mãe. Desta vez, as duas faces da mesma moeda são Cristo e os pobres! Jesus não deixa quaisquer dúvidas: «o que fizestes a um destes pequeninos a Mim o fizeste; o que deixaste de fazer a um dos mais pequeninos, a mim o deixaste de fazer» (Mt 25,40.45). Cristo identifica-se com os pobres, com os famintos, com os sedentos, os nus, os peregrinos, os enfermos, os presos! Então, a nossa relação com Cristo, na oração, na Eucaristia, tem o seu teste de verdade na caridade, na nossa atenção concreta aos pobres. Surpreende-nos, nesta parábola do juízo final, que nas seis obras de misericórdia corporais (mais tarde acrescentamos uma outra), não há nenhum gesto religioso ou sagrado! São gestos concretos, solidários, feitos na rua, em casa, onde quer que seja e onde há necessidade. O exame do juízo final é sobre o amor, sobre o amor concreto, sobre a misericórdia, que é a maior de todas as virtudes (São Tomás). Num mundo atingido pelo vírus da indiferença, as obras de misericórdia são o melhor remédio. De facto, orientam a nossa atenção para as exigências mais elementares dos nossos «irmãos mais necessitados» (Mt 25, 40), nos quais Jesus se faz realmente presente.

2.Sim. Jesus está sempre presente nos pobres de todas as pobrezas: a pobreza física ou económica, de quem não tem o essencial para viver; a pobreza cultural de quem não tem acesso à educação e à formação e, por isso, sem futuro; a pobreza social de quem vive na solidão, descartado ou marginalizado; a pobreza moral e espiritual, de quem vive prisioneiro dos seus males e vícios ou desorientado, vazio e desconsolado, sem sentido para a sua vida. Onde houver uma necessidade, uma pessoa carente, Jesus está ali. No pobre, Jesus bate à porta do nosso coração e, sedento, pede-nos amor! No rosto dos pobres podemos imaginar impresso, como numa moeda, o rosto de Jesus. Sem dúvida: Jesus e o pobre, são duas faces da mesma moeda.

3.Cristo está realmente presente nos pobres, porque Ele mesmo Se fez pobre. Cristo está realmente presente nos pobres, porque o bem que fazemos aos pobres é a Ele que o fazemos. Cristo está realmente presente nos pobres, porque é Cristo quem, na verdade, realiza estas obras, atuando por meio de nós. Por isso, aproximai-vos dos pobres e encontrareis o rosto de Deus a quem buscais!

4. «Temo que o Senhor passe e eu não O reconheça», disse Santo Agostinho. Corremos também nós o risco de que o Senhor passe ao nosso lado, numa dessas pessoas necessitadas, e não nos demos conta de que é Jesus, porque estamos distraídos ou somos indiferentes. Perdemos então a ocasião do encontro com Ele na pessoa dos pobres. Mas, na verdade, os pobres não estão longe de nós. Ele estão muito pert0. Frequentemente são as pessoas mais próximas de nós, familiares, vizinhos, que precisam da nossa ajuda material ou espiritual. Pensemos mais em fazer o bem do que em garantir o nosso bem-estar e acabaremos por estar cada vez melhor!

5.Irmãos e irmãs: mais uma semana e entraremos no Advento. Queremos dar uma prenda ao Menino Jesus, que seja mesmo do seu agrado? Ele diz-nos a prenda que espera: «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25,40). Se queremos um Natal verdadeiro e uma revolução da ternura no nosso mundo, realizemos uma obra de misericórdia por dia, um gesto de amor, sem comentários, sem teorias, sem desculpas! Sim. “Uma obra de misericórdia por dia… nem sabe o bem que (lhe) fazia”!

 

 

 

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