Liturgia e Homilias na Solenidade de Todos os Santos 2023
Destaque

 

Exultemos de alegria no Senhor, celebrando este dia de festa em honra de todos os santos” (Ant. de entrada). Alegres na esperança é a divisa que nos orienta nestes dias, em que somos chamados a olhar para o céu, nossa meta, onde uma constelação de estrelas, nos serve de guia, para avançarmos juntos por um caminho novo. O nosso olhar projeta-se hoje para a galeria dos santos beatificados e canonizados. Não são os nossos globos de ouro, mas o ouro do nosso mundo. Não são heróis da banda desenhada nem extraterrestres. São homens e mulheres, alguns «santos de ao pé da porta», da nossa família, da nossa terra, da nossa profissão, do nosso tempo.  Não tenhamos medo nem vergonha da santidade; ela não nos tira forças, nem vida, nem alegria. No fundo, na vida «existe apenas uma tristeza: a de não ser santo (León Bloy). Por isso, somos chamados a ser santos: todos, todos, todos! 

 

Homilia na Solenidade de Todos os Santos 2023

 

Vamos com alegria. Juntos por um caminho novo. É o lema deste ano pastoral. Neste espírito, somos hoje chamados a celebrar e a testemunhar “a alegria exultante e exaltante das bem-aventuranças e da santidade, na certeza de que nada há de mais triste neste mundo do que não ser santo” (PDP III.4.12). A esta luz, concentremo-nos em três caraterísticas da santidade, no tempo atual: a alegria, a confiança e o bom humor.

 

1. A alegria: Jesus começa a sua Magna Carta do Reino pela palavra «bem-aventurados» (Mt 5, 3), isto é, “felizes”, oito vezes repetida. A santidade proposta por Jesus não é feita apenas de esforços e de renúncias. É dom de Deus para tornar completa a nossa alegria. É Ele que nos faz santos! Somos santos, porque Deus, o Único santo e fonte de toda a santidade, vem habitar a nossa vida e transformá-la, purificá-la, capacitá-la, preenchê-la, engrandecê-la, para que a nossa humanidade cresça e se desenvolva feliz até à medida de Cristo, na sua plenitude. Por isso exultemos de alegria no Senhor. Porque a alegria é verdadeiramente a veste que reveste a santidade cristã. Sem esta alegria, a nossa fé corre o risco de adoecer de tristeza. Ora, a tristeza é um «verme do coração», que corrói a vida. Questionemo-nos, hoje: Sou ou não um cristão alegre? Se nada me alegra, de que felicidade ando eu à procura? Irradio aos outros a alegria de Cristo na minha vida ou sou uma pessoa sombria, triste e sempre com cara de funeral? Diz o povo e bem: um santo triste é um triste santo. Se queremos ser santos, escolhamos percorrer o trilho a alegria!

2. A confiança e só a confiança: Mas esta alegria não é, de modo algum, a emoção de um instante ou um simples otimismo humano; esta alegria vive da certeza de podermos enfrentar todas as situações, sob o olhar amoroso de Deus, com a coragem e a força que nos vêm d’Ele. Os santos, todos os santos, experimentaram esta alegria e deram testemunho dela, mesmo no meio de muitas tribulações, dores e perseguições. Para todos nós, mais dia menos dia, há ou haverá sempre momentos difíceis, tempos de cruz. Mas a alegria vem de dentro e vem depois da Cruz. Pensemos em quantos sofrem a doença, a fragilidade, o luto; pensemos nos que chegam ao entardecer da vida sós e feridos. Para estes, tal alegria “nasce da certeza pessoal de que, não obstante o contrário, somos infinitamente amados por Deus” (cf. EG 6); é a alegria radical da nossa filiação divina. Exclamava São João: “vede que admirável amor o Pai nos consagrou em sermos filhos de Deus. E somo-lo de facto” (1 Jo 3,1-3). A santidade é sobretudo um estado de vida, assente na alegre descoberta de sermos todos, todos, todos, filhos e filhas, amados e amadas por Deus. Ponhamos n’Ele e só n’Ele a confiança. Nunca percamos a confiança no amor de Deus, nem para nós nem para os outros, nem para a vida presente nem para a eternidade. Dizia Santa Teresa do Menino Jesus: “é a confiança que nos permite colocar nas mãos de Deus aquilo que só Ele pode fazer; é a confiança que nos sustenta cada dia e nos manterá de pé diante do olhar do Senhor, quando nos chamar para junto de Si”(PAPA FRANCISCO, C’est la confiance, n.ºs 45 e 3). Se queremos ser santos, ponhamos no Senhor a confiança, só a confiança e nada mais.

3. O sentido de humor: a alegria cristã é sempre acompanhada por um grande sentido de humor. O bom humor faz-nos suportar com caridade os defeitos dos outros sem nos escandalizarmos com as suas fraquezas. Meu santo pai dizia que achava graça aos defeitos da minha santa mãe. O bom humor faz-nos rir até dos próprios defeitos. Muitas vezes, o mau humor é próprio de quem só se lamenta e concentra nas suas próprias necessidades e assim se condena a viver com pouca alegria. Vivamos aquela alegria franciscana, pobre e agradecida por um pedaço de pão duro ou pela brisa que acaricia o rosto. Vivamos aquela alegria de dar alegria e de dar com alegria (2 Cor 9,7). Para sermos santos, sejamos bem-humorados, pessoas bem resolvidas, em paz com Deus, com os outros e com a própria vida!

 

Irmãos e irmãs: Alegria, confiança e sentido de humor, eiso programa atualizado para uma santidade feliz, para uma santa alegria. Quem lhe resistirá?!

 

 

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