Liturgia e Homilias no XXI Domingo Comum A 2023
Destaque

O clima social e meteorológico do mês de agosto parece mais propício à evasão, à fuga e à distração, do que ao silêncio, à reflexão, à surpresa, ao estado de maravilhamento ou ao espírito de interrogação. Deixemo-nos interpelar pelas muitas perguntas e desafios, que a Palavra de Deus faz ressoar em nossos corações. E que este encontro com Cristo vivo na sua Igreja dê glória a Deus para sempre!

 

Homilia no XXI Domingo Comum A 2023

1.ª proposta  - ver outras propostas no ficheiro anexo

 

1. A Liturgia de hoje recolhe muitas perguntas. São Paulo fazia três: “Quem conheceu o pensamento do Senhor? Quem foi o seu conselheiro? Quem Lhe primeiro para que tenha de receber retribuição”? No Evangelho, Jesus faz duas perguntas: uma indireta, sobre o que dizem os outros a Seu respeito e outra bem direta aos discípulos: “E vós, quem dizeis que eu sou?”. Paulo, em vez de responder, transformou os três pontos de interrogação em três pontos de exclamação. Pedro respondeu, como porta-voz dos Doze, mas a resposta foi-lhe revelada, não pelo “espírito santo de orelha”, de algum colega ao lado, mas veio-lhe lá de cima, do Pai que está nos céus.

 

2. O sucessor de Pedro, o Papa Francisco, esteve entre nós na JMJ e disse aos jovens: “Nunca vos canseis de perguntar… Perguntar, é bom; aliás muitas vezes é melhor que dar respostas, porque quem pergunta permanece «inquieto» e a inquietude é o melhor remédio contra a rotina, que às vezes se torna uma espécie de normalidade que anestesia a alma”. Ele próprio colocou 72 perguntas, ao longo de todos os seus discursos.

 

3. Das 72 perguntas que o Papa, sucessor de Pedro, nos deixou na JMJ, umas sobre o mundo interior outras sobre a realidade que nos rodeia, deixo apenas sete, para ficarem a marinar no nosso coração, nestes últimos dias de agosto:

 

1.        Para onde navegas, Europa, se não ofereces percursos de paz, vias inovadoras para acabar com a guerra na Ucrânia e com tantos conflitos que ensanguentam o mundo?

2.        Para onde navegais, Europa e Ocidente, com o descarte dos idosos, os muros de arame farpado, as mortandades no mar e os berços vazios? Para onde navegais? Para onde ides se, perante o tormento de viver, vos limitais a oferecer remédios rápidos e errados como o fácil acesso à morte, solução cómoda que parece doce, mas na realidade é mais amarga que as águas do mar? Penso em tantas leis sofisticadas sobre a eutanásia!

3.       Que fizeste do teu irmão, da tua irmã?

4.       Como podemos dizer que acreditamos nos jovens, se não lhes dermos um espaço sadio para construir o seu futuro?

5.        Permaneço fechado no meu mundo ou abraço o risco de sair das minhas seguranças para me tornar um cristão praticante, um artesão de justiça, um artesão da beleza?

6.       O amor que sinto pelos outros, é concreto ou abstrato? Enoja-me a pobreza dos outros? Procuro sempre a vida «destilada», a vida que existe na minha fantasia, não na realidade?

7.        Há coisas na vida que me fazem chorar?

 

4.Sobre a importância das perguntas, dizia ainda o Papa Francisco: “Cada um de nós traz dentro as próprias interrogações. Levemos estas questões connosco e ponhamo-las no diálogo comum entre nós. Ponhamo-las quando rezamos diante de Deus. Com o transcorrer da vida, essas perguntas vão tendo resposta; só nos resta esperar. E uma coisa muito interessante – dizia o Papa –  o amor de Deus surpreende-nos. Não está programado. O amor de Deus vem de surpresa. Surpreende sempre. Sempre nos mantém alerta e surpreende”. Eu diria apenas isto: não nos cansemos de fazer perguntas: uma boa pergunta já contém em si mesma uma boa resposta.

 

 

 

 

 

 

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